quinta-feira, 21 de abril de 2011

JESUS CRISTO MORREU E RESSUSCITOU, RENASCEU, BOM NATAL!



PEDROS E JUDAS SÃO OS QUE MAIS NOS TRAMAM

Estamos mais uma vez na Páscoa. Ensinaram-nos que por via de traição Jesus Cristo foi identificado e que a partir daí passou as piores horas do resto da sua primeira vida entre os humanos. Que depois ressuscitou, ao terceiro dia, afirmou quem o viu, dos seus discípulos. Também o túmulo estava deserto em vez de continuar a comportar o seu cadáver em decomposição. Digamos que foi aí que iniciou a sua segunda vida terrena… Bem, tudo isto foi explicado de modo confuso. Há quem assim considere. E depois quando é que se finou outra vez? Pois… Apesar de tudo vale sempre a palavra “espírito”, que é usada para explicar o inexplicável e transcende. Está bem.

Claro que os teólogos sabem explicar com verosimilhança tudo isto, de fio a pavio. Quem não soube foi a freira que me deu a catequese e que na Páscoa até nos “convidava” a colocarmos uma pedrinha no sapato e “sofrer um bocadinho como Jesus e para nos lembrarmos do seu sofrimento”. O meu avô, ao ver-me a coxear, até disse que a freira é que devia de pôr a pedrinha num certo local anatómico com quatro letras e que aqui nem me atrevo a escrever. Coitadita da mulherzinha. Andar com uma pedra ali… De preferência que fosse nos rins. Nem isso. Ela só fez o melhor que sabia, nesse tempo. Pior é que esse tempo ainda existe em muitos países. Cá, nessa data, tínhamos o sacana do dito cardeal Cerejeira. Oh, muitos desses ainda existem por aí…

Somos milhões os que ainda em tenra idade ficamos a saber o significado da Páscoa deste modo embrionário, tosco. Simples mas verdadeiro, e em conformidade com aquilo que ainda hoje ensinam nas catequeses? Se assim for está mal. É que há mais condimentos, tanto quanto depois vamos sabendo e crescendo.

Por isso, pelo tosco que explica o transcendente ou lá o que for, muitos ficam a detestar o traidor Judas, o que beijou Jesus para sinal de identificação – que o vendeu por 30 dinheiros. Pedro, que mentiu e renegou Jesus, afirmando não o conhecer – negando-o – já não ficou assim tão mal visto quanto Judas. Até ficou por fiel depositário e representante espiritual e material de Jesus. Tanto assim foi e é que ainda hoje a cadeira de Pedro é ocupada no Vaticano por um Papa, um Pedro.

Tivesse sido assim ou não, o facto é que um traiu e outro renegou Jesus, filho do deus da civilização cristã. Que se saiba nenhum deles foi castigado pelo mau comportamento. Caramba. Um teve uma morte por crucificação por via de Judas e o outro renegou o mestre, o amigo, aquele que disse idolatrar. Um e outro, Judas e Pedro, foram uns sortudos. Jesus foi mesmo um pêra-doce. Com os poderes que tinha e tem bem podia castigá-los exemplarmente. Não o fez.

A impunidade que Jesus ofereceu ao traidor e ao renegado decerto é “mãe” das impunidades que vimos agora por aí, agora e quase desde que o mundo é mundo cristão – do que se sabe.

Pedro até foi o mais beneficiado. O mesmo acontece a muito sacana que faz trinta por uma linha de maldades aos seus semelhantes e acabam sempre por sair beneficiados, mordomados, homenageados, com uma velhice supimpa e abastada garantida… e sempre na sacanagem até se finarem e serem enterrados ou irem para o alto-forno de um qualquer cemitério. Sorte a deles e azar o nosso.

Azar porque assim cada vez há mais mentirosos e traidores. Vai daí, se isso não mereceu castigo - viu-se – roubar também não merece, matar idem… Importa é estar no topo das relações. Judas e Pedro estavam no topo das relações com Jesus, outros, na atualidade estão de boas relações com os topos mundiais. Por isso podem trair, mentir, roubar, traficar, matar… que lhes é oferecida a impunidade. Tal qual como a Judas e Pedro.

Jesus fez mal. Ele que desculpe esta prosa e opinião mas afinal quem se trama deve ter este direito de escrever o que lhe vai na alma e no coração. Jesus abriu um precedente, pronto. Se acaso não o tivesse feito, agora não tínhamos os Sócrates, os Passos, os Cavacos, os Obamas, os Hortas, os Xananas… E outros muito mais sacanas, como o Blair, o Bush (pai e filhos), o Bin Laden, o Eduardo dos Santos, os radicais dos governos de Israel, Kadafi, etc, etc. Para referir alguns dos vivos. Incluir aqui também as agências de rating, o gastador do Jaime Gama e dos boys e girls do PS-PSD… Enfim, essa sacanagem toda!

Deste modo, para não tecer mais na escrita – até porque há mais para fazer – explico porque não posso desejar uma boa Páscoa aos que aqui vêm. É que por conta daquilo que aconteceu há quase dois mil anos, e a que depois chamaram Páscoa, é que a humanidade anda à rasca – ao contrário dos sacanas como Judas e Pedro e todos os outros que nos tramam todos os dias e fazem do parasitarismo tarefa e profissão quotidiana. Além disso há os Césares, que lavam as mãos mas deixam matar. Ai que aqui lembrei-me de Xanana Gusmão, entre outros.

Atendendo a que Jesus ressuscitou, renasceu, desejo-vos bom Natal!

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