terça-feira, 19 de agosto de 2008

PORQUE ANDARAM A “PASSEAR” O CADÁVER DE REINADO?

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FOTOGRAFIAS INDICIAM
TENTATIVA DE DESTRUIÇÃO E OCULTAÇÃO DE PROVAS

As notícias da semana passada relacionadas com Alfredo Reinado e Leopoldino Exposto trouxeram-nos constatações apuradas nas autopsias que não sendo novidade acabaram por ser e vieram reforçar a possibilidade de certas suspeições já profusamente referidas corresponderem a realidades que falta saber se serão abordadas no tardio relatório que Longuinhos Monteiro parece estar a cozinhar em lume brando para ficar mais saboroso e assim ser mais comestível, não vá o diabo tecê-las e ficar intragável para os atentos timorenses e comunidade internacional.

Demasiadas dúvidas têm sido colocadas desde 11 de Fevereiro. Uma das que tem vindo a ganhar força de razão será a de que Reinado caiu numa armadilha e foi atraído à casa de José Ramos Horta.
Pelos vistos o homem, Reinado, nem entrou na casa do Presidente da República mas somente na área exterior do jardim. Assim sendo como é que partiu portas no interior da casa, como divulgaram numa primeira versão?

Se Alfredo Reinado estava com intenções de assassinar o Presidente porque motivo não se inteirou anteriormente das suas movimentações matinais? Não será evidente que quando se quer surpreender alguém, num caso destes, inteiramo-nos dos seus passos? Inteiramo-nos dos seus hábitos?
Como seria possível que Reinado não soubesse que o PR fazia matinalmente os seus exercícios de descompressão e compensação à barriguinha que ostentava? Não seria mais fácil atentar contra a vida do Presidente nos locais isolados por onde ele passaria durante o seu crosse? Não bastaria um atirador bem colocado num dos vários locais privilegiados por onde ele passaria?
Se Reinado tivesse de facto a intenção de abater o Presidente não seria assim que actuaria?

Dirigir-se àquela hora a casa do Presidente com o propósito de assassinar ou raptar o Presidente para mim e para muitos não faz sentido. Menos fará se tomarmos em consideração os resultados comprovados e revelados pelas autópsias.

Afinal quem foi surpreendido foi Alfredo Reinado e Exposto. Só assim seria possível subjugá-los e executá-los e certamente que quem o fez tinha ordens para isso, o que significa que sabia que Alfredo Reinado poderia ir à casa do Presidente naquela manhã.
Quem deu esse tipo de ordens? Certamente que Ramos Horta não foi.
Alfredo Reinado nunca se referiu a José Ramos Horta com a contundência que o fez relativamente a Xanana Gusmão. Ramos Horta não tinha a temer que Alfredo Reinado continuasse a falar. A “incomodar”.
A quem deu “jeito” a execução de Alfredo Reinado?
Não poderá isso ser considerado móbil do crime?

Como os resultados das autópsias demonstram que nem um nem outro dos intervenientes “rebeldes” que entraram no recinto contíguo à casa do Presidente da República foram abatidos em legítima defesa que estará agora Longuinhos Monteiro a investigar?
Irá Longuinhos Monteiro tomar em consideração que para existir crime se deve procurar o móbil?
Então, tantos meses volvidos quem é que vai indiciar? Considerará que há cidadãos timorenses com o estatuto de se situarem acima de quaisquer suspeitas?

Entendidos nestas coisas de crimes já referiram por diversas vezes um facto bastante estranho, detectado através das fotografias.

- Olha, andaram a “passear” o cadáver!

Na verdade é aquilo que se conclui ao olharmos com um pouco mais de atenção para as fotografias do cadáver de Alfredo Reinado, repare-se que primeiro está junto à relva e não tem sangue à vista e posteriormente já está noutro local, afastado da relva e mais próximo à tenda situada no jardim da residência presidencial.
Primeiro não há binóculos nenhuns perto de Reinado e depois, é visível, já há. Numa fotografia tem o braço direito sobre o corpo, noutra já não, etc.
E em que mais “mexeram”?

Os entendidos referem que estes casos são característicos de comprovada tentativa de destruição e ocultação de provas, mas que até isso, com empenho, é possível provar e pode ajudar a conseguir bons resultados nas investigações e interrogatórios.
Porque andaram a “passear” o cadáver? E o de Exposto também?

Interrogatórios? Que interrogatórios? Investigações? Que investigações?
E o relatório? Qual relatório?
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É BOM QUE SE DIGA E QUE SE ESCLAREÇA
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Após a publicação deste texto no Timor Lorosae Nação comentaristas alertaram para o facto de um dos cadáveres - aquele que está junto à relva - ser de Leopoldino Exposto e não de Alfredo Reinado. O esclarecimento foi baseado em outras fotografias, algumas por mim desconhecidas e num artigo do SOL e de outras publicações.
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Na verdade o que me foi oferecido analizar permite-me concluir que estava errado ao considerar que o cadáver junto à relva era de Reinado. Não é. Pelo facto de estar errado e deste modo estar a induzir em erro os menos atentos só tenho de pedir desculpa.
Apesar dessa desatenção e imprecisão da minha parte é facto que o cadáver de Reinado foi "mexido" e já agora gostaria de poder pormenorizar com uma alálise atempada e atenta, para não falhar.
Será aquilo que irei fazer e depois voltarei a abordar o assunto.
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De qualquer modo, o meu lapso não invalida as declarações de The Australian que dão como certo que os resultados das autopsias comprovam que Reinado e Exposto foram executados com tiros na nuca e a uma distância que permitiu concluir ter sido uma execução...
"Passear" ou não os cadáveres ainda vá que não, mas com estes dados cientificos o que é que se deve pensar?
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